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vinte rostos dois mil anos

vinte rostos dois mil anos
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7 février 2012

Exposição em Évora

 

20rostos2012

As vinte fotografias originais que constituem este blogue estarão patentes na Agência de Évora da Fundação INATEL até Maio de 2012, inauguração no próximo dia 9 de Fevereiro. 

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16 juin 2006

Câmara sensível


Abracei o tema sem particulares expectativas ou sobressaltos. Mas, à medida em que fui avançando, percebi que estes eram retratos impregnados de um toque sensitivo muito particular. E, mesmo agora, olhando as imagens impressas em papel, não consigo de todo descortinar a razão deste trabalho se ter tornado tão inquietante e impressivo. Tão pessoal.

É certo que, face à objectiva, se perfilaram homens, mulheres, gente em relação a quem é difícil ser frio. A idade enternece. Mas retratar, acto de afecto, é sempre sentir o outro lado. É viagem além da pela para, brandamente, surpreender a luz interior. Improvável predação talvez, mas que dá ao mister a aura conveniente. Fotografei no meu jeito habitual. Depois as imagens, estas imagens, perduraram mais do que seria razoável. Ficaram, por estranho mecanismo, impressas no íntimo. Como se eu me abrisse a um raio imperceptível. A um fluxo material que, fundo, atingisse o pensamento. E aí se abrigasse.

Fecho os olhos e revejo todos os retratados. Com nitidez. Como quem mergulha num álbum. Decifro-lhes as feições, percorro-lhes as rugas. Enxergo o luto que lhes veste o corpo, pesado. Sinto-lhes a exaltação da primeira hora. Talvez contagiados pela satisfação da família por, finalmente, alguém da casa ter honras de posteridade.

Neste misterioso flashback, revivo tudo como de facto aconteceu. Recrio sem esforço o frente a frente. Eu, contenção de gestos, de palavras, a calcular o espaço, o enquadramento, a medir a luz. A pensar e a agir rápido. Eles conformados, quietos. Tão assim que até parece nunca terem saído do lugar em que estão, a vida toda ancorada ali. À espera. E, entretanto, alguns encharcaram-se de medos nas trincheiras da guerra. Outros vagamundearam por mares de calema, dias bravos. Só tarde regressaram. Cansados.

Alheios ao desassossego que reina em volta, pose solene ou a fazerem-se desentendidos, olham-me, indulgentes. Vagos. Como se vissem para além de mim. Como se eu, tudo à volta, fosse transparência. Espaço aberto, horizonte.

Vejo-lhes o rosto. Mãos de vidro pousadas no colo. Frágeis. Tão frágeis. Os olhos a sumirem-se nas órbitas. E a brilharem, no fundo, nem alegres nem tristes. Resignados. E com uma tal inocência que o passar dos anos dir-se-ia lhes haver restituído a candura original. Para sempre.

Por detrás da câmara, pela última vez, analiso-os de alto a baixo. Um a um. Atento aos pormenores, ao detalhe derradeiro.

Avalio-lhes a postura. Fixo-lhes a expressão. Eles imóveis - um sério fingimento de eternidade.

Sinto que vou fotografar a ausência. Um outro tempo. E comovo-me, clic!

 

Augusto Baptista

1 juin 2006

Rita da Conceição

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Nasceu a 1 de Maio de 1894, em Merujais, Penalva de Alva, Oliveira do Hospital, Coimbra.
Camponesa.
Viúva, quatro filhos – dois sobrevivos -, quinze netos, vinte bisnetos e um trineto.
Vive sozinha em Merujais, junto às casas dos filhos.

1 juin 2006

Evaristo Martins de Almeida

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Nasceu a 18 de Abril de 1896, em Lordelo do Ouro, Porto.
Combatente na Primeira Guerra Mundial, torneiro mecânico e depois responsável técnico nos Transportes Colectivos do Porto.
Viúvo por duas vezes, duas filhas – ambas falecidas –, quatro netos, sete bisnetos. Casado pela terceira vez com Laurinda da Luz.
Vive em Pereiró, Porto.

1 juin 2006

Maria da Costa Pereira

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Nasceu a 11 de Outubro de 1896, em Canidelo, Vila do Conde.
Lavradeira.
Viúva, doze filhos – oito sobrevivos -, trinta cinco bisnetos.
Vive com uma filha em Real, Movidas, Vila do Conde.

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1 juin 2006

José Valente Matos

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Nasceu a 20 de Agosto de 1895, em Barranha, Matosinhos.
Combatente na Primeira Guerra Mundial, agricultor.
Viúvo, dois filhos, uma neta.

Vive com a filha no Porto.

31 mai 2006

Maria do Couto Maia

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Nasceu a 24 de Outubro de 1890, em Grijó.
Agricultora.
Viúva, oito filhos – quatro sobrevivos -, sete netos, dez bisnetos, dois trinetos.
Vive com uma filha em Grijó, Vila Nova de Gaia.

30 mai 2006

Cândida Félix Cabral

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Nasceu a 2 de Dezembro de 1897, em Barcos Tabuaço.
Empregada doméstica e lavradeira.
Viúva, oito filhos – seis sobrevivos -, doze netos, trinta três bisnetos, cinco trinetos.
Vive sozinha em Tabuaço, em frente a um filho e a uma neta.

30 mai 2006

Maria Adelaide Lopes Almeida

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Nasceu a 21 de Janeiro de 1898 em Nagozelo do Douro, S. João da Pesqueira.
Empregada doméstica, vendedeira de fruta, pedinte.
Solteira. Tem vários sobrinhos-netos, sobrinhos-bisnetos e dois sobrinhos-trinetos.
Vive no lar de idosos do Hospital de S. Lázaro, Santa Casa da Misericórdia, Porto.

30 mai 2006

Daniel Gomes dos Santos

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Nasceu a 13 de Julho de 1898, em Alvarões.
Proprietário agrícola e lavrador.
Viúvo, três filhos, vinte um netos, vinte um bisnetos.
Vive com a filha em Alvarões, Viana do Castelo.

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